domingo, 23 de setembro de 2012

"Coisas que nem o coração sabe como explicar"


Faz tempo que não apareço por aqui, acho que a vida tá me privando de um dos direitos primordiais de viver, o desabafo. No entanto, às vezes consigo escapulir do escafandro que me aprisiona e voar nas asas de uma borboleta.
Acho que já falei isso aqui, mas escrever nos faz esvaziar-nos de nós mesmos. Por isso, por mais que demore sempre retorno aqui.

Sinceramente... Tem coisas, que nem o coração sabe explicar!
Há quem diga:
Hoje, eu chego a terrível conclusão de que tem coisas que nem o coração sabe explicar.
Não vejo sabedoria em estarem dois hemisférios diferentes e totalmente opostos (razão x emoção) numa mesma caixa (consciente). Não entendo o motivo para isso!
Encontro-me num instante ao qual necessito urgentemente assassinar essa tal da 'emoção'. Só não encontro forças para isso! 
Como pode alguém querer distanciar-se ao mesmo tempo de aproximar-se?
Como pode alguém ser tão irritante ao passo de fazer falta?
São esferas diferentes: repulsa/amor, que se encontrar quase que constantemente.
Talvez eu devesse estar acostumada, as flores não são eternas!
No ápice da felicidade, reaparece a imensa dor.
Quando as coisas estão indo, os trilhos desandam. Sempre assim.
E no fim, a beleza não é suficiente. Os estudos não são concluídos. Os amores não são perfeitos.
E por mais forte que seja, a lágrima insiste e escorre!
Mas sei, as coisas estão acontecendo.

A dor é necessária para que haja alegria!




 

terça-feira, 24 de julho de 2012


Deixa eu entrar de mansinho, sentar num quadradinho e colocar pra fora tudo que tá aqui dentro. Prometo ser silenciosa!
Estou há menos de 15 dias para o início de mais uma etapa, mais um ano, da proximidade do fim.
E secretamente, eu adoraria permanecer já que voltar não é possível, permanecer nas primaveras que me encontro. Parece que a cada ano que se passa os ombros doem mais, a cabeça fica mais dolorida, as pernas doem e a pele envelhece, além do sorriso que insiste em desaparecer. E eu só estou na casa dos 20.
Peço que se possível for, ficarei grata em continuar nos 20, acho que assim congela, não piora!

Sabe que não falei nada que tinha previsto e já me sinto leve. Escrever nos desapega, acho que o peso fica em cada palavra.
Então, poupo vocês de alguns mais desabafos.
Agradeço pela leveza a qual me encontro!

Boa Noite ^^

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Boa noite, leitores meus... ou pura imaginação minha!


Dando um pause nas 2 últimas postagens, a continuação ainda virá, mas tirando as 'teias' daqui, devo transpor algumas palavras de Arnaldo Jabor, sobre Carnaval, já que estamos em tempo.
São retiradas do livro: Amor é Prosa - Sexo é Poesia, o qual estou coincidentemente apreciando:

'O carnaval foi deixando de ser dos foliões para ser um espetáculo para os outros; deixou de ser vivido para ser olhado, virou uma horda de exibicionismos sexuais, uma suruba iminente sem o sensual perfume do passado. Carnaval sempre foi sexo — tudo bem — mas, antes, a suave caretice, uma moralidade mínima, havia cortesia, havia clima de amor nos bailes e não a desbragada orgia. Hoje há os corpos malhados, excessivamente nus, montanhas de bundas competindo em falsa liberdade, pois ninguém tem tanto tesão assim, ninguém é tão livre assim. Falta a celulite, falta o mau jeito, falta o medo, a ingenuidade, o romantismo, falta Braguinha, falta Lamartine Babo, falta Mario Lago.'

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

...

Se passaram mais ou menos 6 meses, EU REALMENTE ESTOU CURADO!
Sigo no meu ofício naturalmente, ops... Acho que atropelei um motociclista! Isso nunca havia acontecido antes, não foi nada grave. Estou de volta à minha casa, tentando entender como aquilo aconteceu. Não consigo encontrar explicações, eu não entendi nada. De repente, estava fora do carro, socorrendo o motociclista caído. Isso é muito estranho! A noite se aproxima e minha cabeça não entende nada, quase não posso dormir!
Mais um dia. Tudo se inicia normalmente. Estou voltando em casa, esqueci um documento em cima da mesa. Não acredito! Aconteceu novamente, estou fora do carro, levantando uma motocicleta que acabei derrubando. Como isso aconteceu? Novamente tudo se resolve rapidamente e volto para casa, definitivamente prefiro não dirigir novamente. Entrego meu carro à minha filha mais velha e procurarei um neurologista o mais rápido possível. Isso deve ter uma explicação.
Passaram-se dois dias, acabo de sair da consulta. O neurologista me passou uma ressonância magnética.
Hoje é sábado, peço para ser levado para passear enquanto minha filha mais nova chega da capital. Ela estuda lá. Nossa! O que está acontecendo? Por que vocês me olham diferente? Devo estar passando mal? Sou levado para casa. Não entendo nada! Meu lábio! Minha face! Minha língua parece pesada! Ela chegou! Seus olhos estão umedecidos! Ela não fala comigo! Estou sentado, esperando o que vai acontecer comigo. Estou sendo consultado no sofá da minha casa. Está tudo bem! As explicações chegarão quando o exame for feito! Uff!
Tudo está mais calmo, vou tomar um copo de água. Minha filha se encontra aos prantos, eu a abraço, mas, não consigo falar com precisão que tudo vai voltar ao normal. Mesmo assim, eu falo!
Tudo se encontra como antes, menos a minha fala. O dia termina a noite se inicia e finalmente acaba.
Hoje é domingo, vamos almoçar na casa do meu sogro. É aniversário dele! Mas, calma... Meu corpo está cansado, prefiro ficar em casa. Todos decidem ficar e almoçarmos juntos, em casa.
Está sendo servido o almoço, minha língua parece adormecida, eu não consigo pronunciar pequenas palavras, mas vamos em frente. Almoçar! Onde estão minhas forças? Não consigo agarrar o talher. Meus filhos me observam, vêem me alimentar. Não! Não, eu não suportaria isso! O que está acontecendo? Levam-me ao hospital, aguardo horas e horas. Finalmente sou chamado, está tudo bem. Só preciso tomar um soro e um novo medicamento. Graças a Deus, tudo voltará ao normal!
Bom dia! Mais um dia de trabalho, mas... O que acontece? Eu não consigo me erguer da cama. Senhor? Já escondestes minha fala, e agora? Minha força? Leva-me de vez, o que mais me falta?
Minhas filhas me erguem com forças que até eu duvido, eu peso 84 quilos. Elas devem pesar 50 e a outra 39. Como elas conseguiram? Estou sendo levado mais uma vez a um hospital, não ando; não falo! Apenas gesticulo... O suficiente para entregar os pontos à minha filha mais velha. Cuida de tudo!
Chegamos, todos me esperam, mas mal posso vê-los. Estou subindo o elevador em uma cadeira de rodas, certamente farei a tal da ressonância magnética e tudo ficará bem! Ops... O que é isso. Não! Não me coloquem aqui! Nããããão! Estou mais uma vez despido, estou na UTI. Estou sozinho!

O começo...

São 10:00hs da manhã, estou no banco de espera da casa de saúde da capital, de onde moro.
Estou aguardando ser chamado para fazer um Cateterismo cardíaco, dizem que é um procedimento simples, mas não estou tão seguro assim. Devo mostrar segurança, homem não chora nem sente medo, além de que, estou próximo à minha esposa e filha.
Ouço meu nome, acho que é minha vez. Meu coração está acelerado, mas estou bem, é um procedimento simples! Estou completamente despido, até meus 'dentes' foram tirados de mim, agora eu me sinto como uma pia à qual é colocada uma mangueira enorme para tirar tudo que impede à passagem da água. Só espero que isso dê certo e todas as veias do meu coração sejam purificadas! Não suportaria passar por isso novamente.
Nossa! Já são 15:00hs, finalmente posso voltar à minha casa. Não vejo à hora de finalmente chegar em casa e perceber que tudo isso já passou. Estou com um envelope nas mãos. É o resultado de que tudo aquilo valeu a pena!  Prefiro não olhar o resultado, já me sinto mais leve. Estou curado!
Tristemente, minha esposa abre o envelope e percebe que não é bem assim. Estou sendo encaminhado para realizar algumas cirurgias no coração, mas... EU ESTOU CURADO, SOU FILHO DO MÉDICO DOS MÉDICOS! Não me submeterei á elas!